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“Covid Delay” 6 – Nós cá estamos

21 Abr

Martinho Cruz

Caros amigos,

Não magoa que pare; magoa que não volte atrás, mas é agradável sabê-lo.

Porque, como um louco disse na primeira montanha a olhar para o céu, escondido de pessoas entre arbustos e precipícios, e exposto a toda a população que o irá ver de tão perto, “um acontecimento só se sente depois de já não ser possível aproveitá-lo mais” – é a ingenuidade humana.

Tive que o prever, mas mesmo assim a surpresa me atingiu. Estranho e curioso como o movimento dinâmico da música galopante ao ritmo de uns passos relaxados no passeio esquerdo da estrada à beira do oceano que aqui se viveu foi substituído de repente, contra todas as previsões menos lógicas e mais aprovadas pelo nosso sentido do que está certo e do que é irreal demais para o ser.

É com um sorriso que me apercebo do calor e da infinidade de certos momentos por vezes aglomerados num espaço comum em função do tempo, ou na presença de companhias empáticas em função do tempo, ambas memórias me marcam pela saudade. Talvez se possa pensar que o fim do confinamento me devolva a oportunidade de vivenciar momentos desses, mas não é isso que acontecerá já que fui traído pelo meu próprio corpo, destino esse que também tanto de bom me trouxe – uma transição natural que me satisfaz. Contudo, é a saltitar naquele mar de verde e vermelho, idealmente azul e tapado pela paixão sedenta de alguém, que faz tudo ser experienciado novamente mais de perto, como quem presta homenagem a uma figura que inspirou e fez a diferença, mas que já não existe.

Definir as origens e os locais de passagem enquanto se prepara as asas para voar é uma prioridade urgente nestes tempos. Porque, tão depressa o movimento galopante vai como volta, por mais distante que aparente estar e o que é mau não é necessariamente inútil e há que ser sentido sugado até à raiz.

Nós cá estamos.

Martinho Cruz

Tenista da Ass. 20kms Almeirim

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Covid Delay 4 – Rui Santos

Covid Delay 5 – Miguel Esteves

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“Covid Delay” 5 – A raquete não fica esquecida

20 Abr

Miguel Esteves

Caros amigos,

A Covid-19 atingiu o nosso país e o mundo de uma forma rápida e brutal e levou à morte a centenas de milhares de pessoas, muitas das quais sem poderem prestar uma última homenagem condigna aos que partem!

A quarentena que enfrentamos, e que tenta de alguma forma minimizar os estragos provocados por este vírus, implicam uma mudança brutal nas rotinas diárias. As paredes de casa, que por vezes víamos apenas para dormir, passam a fazer parte da nossa rotina. Deixámos de saber quantos dias faltam para um torneio, para não sabermos há quantos dias não saímos de casa ou em que dia da semana estamos.

A paragem por tempo indeterminado de todos os treinos e competições ocorreu em “época baixa” da temporada, mas as previsões para que tudo volte ao normal são incertas e não animadoras a curto prazo, o que, depois de uma pré-época de treino árduo após vários meses afastado da competição, planeamento e estabelecimento de objetivos e expectativas levou a uma quebra enorme de motivação!

Para combater as implicações psicológicas da situação que atravessamos, o estabelecimento de uma nova rotina equilibrada foi fundamental, dividindo o dia entre várias tarefas como estudo, leitura, séries, mas também uma rotina de treino e alimentação cumprida rigorosamente mesmo nos dias em que a vontade tem paradeiro incerto! Ainda assim, a raquete não fica esquecida, nem de fora do treino, uma vez que a garagem é espaçosa o suficiente para bater contra a parede.

Saudações tenísticas,

Miguel Esteves

Tenista da Ass.20kms Almeirim

Capitão da equipa sénior

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“Covid Delay” 4 – Temos em mãos um ponto de ouro

16 Abr

Rui Santos

Caros amigos,

Segundo a cultura popular o bater de asas de uma simples borboleta pode provocar um tufão no outro lado do mundo. Retóricas à parte tenhamos consciência que neste mundo globalizado todas as coisas estão interligadas.

As alterações climáticas provocadas pela ganância individual e coletiva, aliadas ao desprezo pela fauna e flora que nos envolve, têm virado o nosso planeta do avesso. Atualmente, há apenas 20% das florestas que existiam quando a nossa espécie emergiu. Os ecossistemas sofreram profundas alterações o que veio potenciar o aumento destes microrganismos que hoje em dia tanto medo e tragédia espalham.

E cá estamos nós, enclausurados em casa, a poupar nos beijos e abraços, muitas vezes longe dos familiares que tanto amamos. Ansiosos para sair e conviver, e com um modo de vida completamente diferente, todos os dias vamos lutando contra a inércia e o aborrecimento.

A nível pessoal tento manter uma rotina saudável, assente numa alimentação equilibrada e no exercício físico. Mas…falta o court, as corridas loucas para chegar a mais uma bola, aquele ponto bonito desenhado com intenção e, acima de tudo, estar com os colegas de equipa e amigos a praticar o desporto que nos une e tantas alegrias nos dá.

Nesta partida da humanidade contra os vírus temos em mãos um ponto de ouro. Cabe a cada um de nós dar o máximo para o ganhar. Acredito que com toda a resiliência e força que nos caracterizam vamos conseguir.

Um grande abraço deste vosso amigo!

Rui Santos

Tenista da Ass.20kms Almeirim

 Campeão Regional de Veteranos + 45

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“Covid Delay” 3 – ‘Ponto-a-ponto’ vamos voltar a fazer o que gostamos

15 Abr

Pedro Valverde Masters ATLEI

Caros amigos,

Devo confessar que, tal como para a toda a gente, esta adaptação não tem sido fácil para mim. Sinto falta de jogar e praticar o desporto que tanto adoro, ténis. Sinto falta daqueles treinos à noite onde, independentemente do cansaço ou do stress do dia, podia divertir-me, exercitar e, acima de tudo, desanuviar e esquecer tudo o resto.

Tenho saudades daqueles momentos de competição individual, a pares ou em representação do clube por equipas, daquela adrenalina que só o jogo proporciona, daquela garra e sentimento de entrega, mas também daquela amargura de sentir que poderia ter feito melhor. Sinto falta também de uma outra componente importantíssima, o convívio. Como não ter saudades das amizades, conversas e brincadeiras associadas à prática de qualquer desporto? Do contacto e convívio entre atletas, jogadores, espectadores, treinadores ou dirigentes, todos unidos pelo gosto a este desporto…

Mas, a verdade é que durante um tempo, provavelmente largo, estas saudades vão ter de se aguentar até que estejam reunidas as condições necessárias. Por isso, tenho feito um esforço para me manter o mais saudável e ativo possível, dentro daquilo que as restrições permitem, para que, assim que puder, entrar nos courts a 100%.

Para terminar gostava de relembrar uma expressão muito utilizada no ténis e que, neste contexto, considero ter uma importância especial – “ponto-a-ponto”.

Qual o jogador que nunca ouviu estas palavras de treinadores ou colegas? Dentro do mundo do ténis esta expressão significa jogar cada ponto como se fosse o último, esquecer o resultado e focar-se na necessidade prioritária, superar obstáculo a obstáculo até fazer jogo, set e encontro.

Penso que esta analogia pode ser aplicada à situação atual e que pode ser utilizada para reflexão. Em último caso, não é de mais lembrar que, só a ajuda de todos, esta situação, “ponto-a-ponto”, irá ser ultrapassada e que, pouco a pouco, vamos TODOS voltar a fazer aquilo que mais gostamos, no meu caso, ténis.

Pedro Valverde

Tenista da Ass.20kms Almeirim, Sub16

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“Covid Delay” 2 – Somos nós os mais bem preparados

14 Abr

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Estimados jogadores e alunos

Vivemos um período para o qual não estávamos preparados. Uma fase histórica, especial, difícil a curto prazo mas não sei se necessariamente má a médio/longo prazo.

Uma fase de mudança, de incertezas, de adaptação e de restrições à liberdade individual e de grupo, mas também de descobertas.

Uma fase de superação, combate e resiliência na qual todos somos obrigados a modificar os nossos comportamentos e as nossas relações interpessoais.

Os tenistas e em particular, os que fazem competição, estão privados das suas rotinas de treino e participação em torneios. Mas também serão estes os que estarão melhor preparados para lidar com todas as adversidades que advêm de todos os constrangimentos impostos pelo atual estado de emergência. Melhor preparados em termos físicos e mentais.

Estou certo que, apesar de não ser a mesma coisa, todos têm treinado em casa. Na minha casa, em termos físicos temos corrido, andado de bicicleta, jogado ténis de mesa e feito condição física. Também temos visto jogos de ténis na televisão e resumos dos encontros/torneios de Grand Slam que a televisão passa em resumo.

Com o desejo que o pior esteja a ser ultrapassado neste momento, ambiciono que possamos retomar o mais cedo possível os treinos e competições, dentro das indicações gerais fornecidas pelas entidades de saúde nacionais e demais instituições que zelam pelo nosso bem-estar e segurança.

Abraço a todos e … cuidem-se.

José Rodrigues

Diretor Técnico da Sec.Ténis Ass.20kms Almeirim

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